quarta-feira, 10 de abril de 2013

Hoje ganha o Blaugrana...

O título deste post revela uma resposta fácil dirão muitos, segura digo eu... Tomando de partida que o Barcelona é demolidor em casa, não é preciso grande ciência para escrever este título, mas o PSG também veste de Blaugrana... Logo, este post jamais ficará desactualizado aconteça o que acontecer esta noite em Camp Nou.
www.independent.co.uk
Mas este jogo será uma grande dicotomia para os arautos do futebol europeu... Ou ganha o presidente dos árbitros ou ganha o presidente da UEFA, que como já escreveu a France Football é unha e carne com os 'sheiks' do Qatar que vão receber um Mundial de Futebol lá para 2022 e que por sinal até têm um canal de televisão e que por sinal até são os 'donos' do PSG... O jogo desta noite, tenho para mim, que será uma valente fantochada. A julgar pela primeira mão, o Barcelona ganha, mas a julgar pela primeira mão o PSG tem outra força do seu lado, que nesse jogo, por sinal até foi o árbitro...

Esqueçam lá a conspiração e vamos para dentro de campo.

Paulo Futre já disse que aquele foi o estádio mais intimidatório que entrou... O barulho do ambiente cresce mediante a hora de jogo se aproxima e até uma capela há nos corredores de acesso ao relvado... Uma religião que é 'més que un club', uma identidade futebolística, uns artistas que vão marcar uma era do futebol, mas do outro lado nem tudo é desconhecimento e há menino, para quem, além de não estar perante uma novidade, gosta do barulho, gosta da capela e até gosta do Barcelona... Ao ponto de até se ter fartado em pouco tempo, talvez porque ninguém terá cuidado dele... Mas o que se poderia pedir a um avançado sueco de origem balcânica, que não é loiro, não é tosco e tem um nome acabado em 'Vic' em vez de acabado 'Erg' ou 'Son'... Acho que o Ibracadabra pode ser figura, apesar de não esperar melhor do que isto... Recordando este belo momento só me vem à cabeça um brilhante post que o André Viana escreveu sobre o momento: "A luta pelo melhor do mundo só é entre o Messi e o Ronaldo porque o Ibrahimovic quer".

terça-feira, 9 de abril de 2013

Uma história simples...


Sou daqueles que acredita que nada acontece por acaso e acredito que aquela casa na Arroteia tinha de surgir na minha vida fosse em que altura fosse e que tinha de ver crescer aquelas personagens numa história simples...


Está a fazer hoje 10 anos... Na inocência de um caloiro havia sempre duas boas razões para fazer jantaradas em casa... A vontade de estar com os amigos e a vontade dos amigos estarem lá em casa. Os ingredientes de um arroz estudantil eram sempre os mesmos e nunca faltavam, o resto (bebida) traziam os convidados. Normalmente 5+1. Num desses jantares, o de amanhã, o mais novo da classe acabava de festejar os 19 anos... O misto de felicidade era estranhamente diferente naquele jovem, naquela tarde chuvosa naquele lado da Circunvalação. Não que estivesse triste por ter ficado um ano mais velho, não que estivesse preocupado com a falta do líquido, aliás a tristeza dele residia precisamente na abundância de líquido que tinha trazido... 15€ de cerveja fresca comprada lá ao lado, no mini do 'Zé Manel'...

6' Cláudio Lopez faz 0-1 para a Lazio no extinto estádio das Antas. Menos triste, o jovem 'emplastro' bebe uma lata tão rápido que quando vai a abrir a segunda já o Maniche fazia o empate. A tristeza aumenta, tal como a felicidade em menos de 50 minutos. O FC Porto avia a Lazio numa goleada histórica de 4-1 e ainda falta meia hora para jogar. Os 5+1 nem precisam de consolar o aniversariante do dia anterior que duas horas antes do jogo havia vendido um bilhete para aquela meia-final da Taça UEFA por 15€. A vida simples é bem melhor que um jogo de futebol. E aquele quarto ficou-lhe tanto na memória que no ano seguinte foi também do pequeno 'emplastro' que entretanto havia virado ditador...

Os ingredientes do arroz estudantil duplicaram, os cachecóis no quatro triplacaram, a mesa de jantar virou suporte para uma TV e PlayStation que era igualmente DVD que lia apenas originais... Longas foram as noites de PES3 relatado e de 'Uma história simples' inacabada.

Há vidas que hão-de sempre merecer um corta-relvas, dois amigos e três cachecóis.

Até já,

HF.

Dia da Condução


Recuso qualquer aproveitamento para piadas fáceis englobadas nos festejos do dia de hoje... Para mim hoje é o Dia da Condução e não apenas Dia Internacional da Mulher e, ponto prévio, não estão interligados.

8 de Março de 2002, S. João da Madeira acordava fria, como grande parte das cidades portuguesas em Março, mas nessa sexta-feira o frio era diferente. O orvalho de inverno, que mais parecia primavera perante uma soalheira manhã, tinha uma cor mais profunda, talvez mais genuína. No fulgor dos 19 anos um jovem prepara para, entre um bocejo, uma noite mal dormida e um café, celebrar o Dia da Condução. Mas ainda é cedo. São 8 da manhã, a esta hora o bocejo não era um, nem dois, o café era um, mas podiam ser dois e a noite mal dormida revelava ansiedade...



Uma viagem até Aveiro não demora muito, faz-se bem pela IC2... 50 Km/h nas localidades, 90 fora delas não dá para mais. É Dia da Condução.

Treino, almoço, aperta a ansiedade, libertada com um riso nervoso, daqueles que te fazem rir de forma estúpida, após um caso que não passa de um 'sketch' quase 'made in' Malucos do Riso. Na mesa, quatro pessoas preparam-se para almoçar, pratos do dia para todos, três colas e um 'filho de rei' pede o avançado Costa. O empregado brinda-o com uma garrafa de Terras Del Rei. Responde o Costa: "Ó amigo um 'filho de rei' é um príncipe... Traga-me um fino num copo alto" - atira para o outro lado do balcão, ao mesmo tempo que limpa os secos cantos da banco...

Na mesa a conversa é curta, tal como o tempo para almoçar, entre eles o jovem da noite mal dormida vê na televisão uma notícia da queda de um F16 em Monte Real. A proximidade sangue aperta, a ansiedade aumenta mas por outras razões. Pega no telemóvel, um velho Alcatel, marca de cor um número do outro atendem, reconhece a voz... A ansiedade baixa significativamente, a irmã que trabalha no espaço está bem, tal como todas as pessoas. A chamada termina com um 'beijo e obrigado. Até logo', diz o jovem.

São 14 horas só há espaço para o pedido divino. Arranca com a primeira, para no primeiro STOP, vira à direita e no semáforo à esquerda... A partir daí a adrenalina baixou, houve espaço para estacionamento, inversão de marcha, contornar passeio e uma guia de marcha provisória... Era Dia da Condução!

Até já!

HF.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Ó RElvas, Ó RElvas... Grândola à vista

A distância entre as duas cidades alentejanas é bem mais longa para que possam ser vistas a olho nu uma da outra, mas isso pouco importa.

Por estes dias Miguel Relvas é um verdadeiro escudo do governo. Não há qualquer sentido monetário no 'escudo' do governo. Relvas não tem andado a tentar negociar dívida, Relvas não tem andado a potenciar a economia, Relvas não tem procurado investidores. Relvas andou, por estes dias, sobre o limbo dos ovos, dos balões de água e dos socos... e até acho que estou a ser brando. Depois de ter desafiado qualquer diapasão musical ao tentar cantar a Grândola, foi a uma universidade...

Gozo? Muitos acham que sim. Diplomacia? Dirão outros tantos.

Gozo era se Relvas tivesse dito que tinha aprendido a cantar no Rancho dos Templários. Gozo era se Relvas tivesse dito que estava na faculdade para ensinar.

Diplomacia... Bem, será que já mudou o termo de diplomacia em Portugal?

HF.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

10 de Fevereiro de 2001 - O menino ganha um sonho


Esta história merece ter um parágrafo prévio, uma espécie de preâmbulo que começa no dia anterior. 9 de Fevereiro de 2001. O telemóvel Alcatel toca são pouco do que 16 horas. Olho, vejo que é da rádio local para a qual trabalhava em regime de colaboração aos domingos à tarde, nas tardes desportivas. É sexta-feira, não esperava. Do outro da linha perguntam-me: 'Humberto precisamos que amanhã faças reportagem em directo do hóquei em patins, no jogo entre a Oliveirense e o Benfica, podes?' 'Claro', respondo. A conversa segue e eu apresso-mo a contar a todos os que me rodeiam... Tenho 17 anos, penso pouco, gosto de desporto, gosto de falar... Pelo meio das chamadas, recebo uma. É o meu irmão Tony... Calma. Tenho um 'click' de memória e lembro-me que pode ser uma notícia melhor. 'JÁ NASCEU A MARIANA', diz ele do outro lado. 'Parabéns' digo eu, que no meio da loucura de ser tio pela segunda vez esqueço-me de lhe contar a minha novidade. Não faz mal... Já lhe digo, pensei. E assim fiz, quando lhe dei um abraço apertado de Parabéns uns instantes mais tarde no hospital.

No dia seguinte lá estava eu, mal dormido, o final da tarde anterior tinha sido demasiado emocionante. Pronto para a estreia. O local não me era nada desconhecido, havia jogado hóquei em patins ao longo de 6 anos naquele piso, em boa verdade ainda jogava, conhecia o espaço como as palmas das minhas mãos, mas agora era diferente... Jogava quem sabia, eu contava o que via. Duas horas do jogo lá estava eu, queria saber tudo, ver tudo, nada podia falhar. Filipe Gaidão brilhava nos encarnados, na Oliveirense a estrela era o argentino Fabrício Marimont. Entram para o aquecimento, Gaidão vem cumprimentar todos os jornalistas que estão junto à pista, eu incluído. Tremi, estava habituado a vê-lo de outra forma. Foi a única vez, a partir daí o tremer foi outro. Tudo montado, 15 minutos antes do jogo lá entro em directo: 'Boa tarde, Oliveirense - Benfica é jogo grande desta jornada do Campeonato Nacional da 1. Divisão de Hóquei em Patins. Mário Aguero e Carlos Dantas, duas lendas do hóquei mundial, procura sucesso no banco esta tarde...'



O menino ganhava um sonho... Felizmente continuo a tremer sempre que vou entrar em directo... Gosto de ver e contar.

Saudações cubistas.

HF.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

O mundo é um lugar estranho...


Não acredito em coincidências, mas adoro vê-las a acontecer. Talvez por fazer despertar em mim a curiosidade de tentar perceber este fenómeno tão estranho que chama mundo e que me leva, quase sempre a concluir que... Não há coincidências, mas há coisas muito estranhas...

Escrevi o último post aqui no T2 na passada segunda-feira, numa breve retrospectiva lê-se que falava de futebol, rugby, África do Sul e Sprinboks... Tudo isto escrito durante a tarde... Há noite, já em pleno T2 físico, recebo, como habitualmente, a minha agenda para o dia seguinte. No cardápio uma conferência sobre liderança na Casa da Música. O tema aguça-me a curiosidade e daí a ver quem são os oradores é um ápice... Prendo-me na frase: "antigo capitão da selecção de rugby da África do Sul, François Pienaar'. O mesmo que horas antes tinha estado na minha cabeça e dado origem ao último post... O entusiasmo cresceu... A figura de Pienaar é imponente, a história arrepiante, tal como as coincidências que fazem do mundo um lugar estranhamente espectacular.

Ah, é verdade... Pienaar é de facto um líder. Durante uma hora percebi todo o sofrimento daquele homem durante 1994 e 1995, a responsabilidade de ser voz de um homem negro, para um mundo de brancos. Um homem tão grande que entre a grandeza, contou que em 2010, quando Queiroz lhe pediu para ir contar a experiência de vida dele à selecção portuguesa, que estava no Mundial da África do Sul, prestes a medir forças com a Espanha, apenas apontou como condição de presença poder levar os filhos, para que eles pudessem jogar Ténis de Mesa com o Ronaldo... Exigência aceite. Herói do país em 1995, herói dos filhos naquele momento... Palavra de Pienaar!

Até breve,

Saudações cubistas!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O Homem no seu habitat natural

Gosto de brincar, gosto de carros de corrida em miniatura, gosto da areia da praia, gosto de jogar futebol na praia, gosto de jogar futebol, gosto de ver crianças a jogar futebol... Gosto de ver os homens no seu habitat natural.

Algures no início do ano de 1996, a memória impossibilita-me recordar a data precisa e a vontade própria afasta-me de uma qualquer wikipedia, para trazer aqui no T2 o episódio que me fez gostar de ver o homem no seu habitat natural.

Phil Masinga e Mark Fish era opostos e estrelas de uma selecção que procurava repetir o êxito dos invictus Springboks de François Pienaar que no ano anterior não só uniram um país saído do apartheid, como venceram o mundial de rugby que a África do Sul organizou. Um ano depois, 1996, a ponta de África voltava a receber uma grande competição, desta vez no futebol. Os 'Bafana-Bafana' respiravam motivação e em boa verdade se diga até jogavam bom futebol... Masinga a marcar e o homem-peixe a eliminar os ataques, mas não foi isso que me fez gostar de ver de dois em dois anos a Taça das Nações Africanas... Foi sim, ver o homem no seu habitat natural.

Algures num jogo da competição, um jogador da África do Sul, a controlar a posse de bola pela zona intermédia do terreno resolve parar o desafio em questão de uma forma que nunca ninguém havia feito... colocou-se com os dois pés em cima da bola e começou a bater palmas e a pedir ao público para incentivar os 'Bafana-Bafana'... Resultado? O árbitro para o encontro, mostrou amarelo ao jogador em questão, a partida continuou e a África do Sul ganhou a sua última CAN...

Nunca mais perdi a atenção à prova de futebol que mais me fascina... A europa pode ter os executantes mais pragmáticas, as américas podem ter os mais fantasistas, mas os mais puros estão em África...

Podia recordar aqui muitos outros casos, mas fico-me por este e ficaria muito satisfeito se alguém me conseguisse dizer quem foi este jogador...

Ah, já este ano, logo no jogo inaugural da Nigéria, Vicent Enyeama, guarda-redes dos Super Águias brindou-nos com esta fabulosa pose...




Não há melhor...

Obrigado,

Continuem no T2!

HF