quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Ó RElvas, Ó RElvas... Grândola à vista

A distância entre as duas cidades alentejanas é bem mais longa para que possam ser vistas a olho nu uma da outra, mas isso pouco importa.

Por estes dias Miguel Relvas é um verdadeiro escudo do governo. Não há qualquer sentido monetário no 'escudo' do governo. Relvas não tem andado a tentar negociar dívida, Relvas não tem andado a potenciar a economia, Relvas não tem procurado investidores. Relvas andou, por estes dias, sobre o limbo dos ovos, dos balões de água e dos socos... e até acho que estou a ser brando. Depois de ter desafiado qualquer diapasão musical ao tentar cantar a Grândola, foi a uma universidade...

Gozo? Muitos acham que sim. Diplomacia? Dirão outros tantos.

Gozo era se Relvas tivesse dito que tinha aprendido a cantar no Rancho dos Templários. Gozo era se Relvas tivesse dito que estava na faculdade para ensinar.

Diplomacia... Bem, será que já mudou o termo de diplomacia em Portugal?

HF.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

10 de Fevereiro de 2001 - O menino ganha um sonho


Esta história merece ter um parágrafo prévio, uma espécie de preâmbulo que começa no dia anterior. 9 de Fevereiro de 2001. O telemóvel Alcatel toca são pouco do que 16 horas. Olho, vejo que é da rádio local para a qual trabalhava em regime de colaboração aos domingos à tarde, nas tardes desportivas. É sexta-feira, não esperava. Do outro da linha perguntam-me: 'Humberto precisamos que amanhã faças reportagem em directo do hóquei em patins, no jogo entre a Oliveirense e o Benfica, podes?' 'Claro', respondo. A conversa segue e eu apresso-mo a contar a todos os que me rodeiam... Tenho 17 anos, penso pouco, gosto de desporto, gosto de falar... Pelo meio das chamadas, recebo uma. É o meu irmão Tony... Calma. Tenho um 'click' de memória e lembro-me que pode ser uma notícia melhor. 'JÁ NASCEU A MARIANA', diz ele do outro lado. 'Parabéns' digo eu, que no meio da loucura de ser tio pela segunda vez esqueço-me de lhe contar a minha novidade. Não faz mal... Já lhe digo, pensei. E assim fiz, quando lhe dei um abraço apertado de Parabéns uns instantes mais tarde no hospital.

No dia seguinte lá estava eu, mal dormido, o final da tarde anterior tinha sido demasiado emocionante. Pronto para a estreia. O local não me era nada desconhecido, havia jogado hóquei em patins ao longo de 6 anos naquele piso, em boa verdade ainda jogava, conhecia o espaço como as palmas das minhas mãos, mas agora era diferente... Jogava quem sabia, eu contava o que via. Duas horas do jogo lá estava eu, queria saber tudo, ver tudo, nada podia falhar. Filipe Gaidão brilhava nos encarnados, na Oliveirense a estrela era o argentino Fabrício Marimont. Entram para o aquecimento, Gaidão vem cumprimentar todos os jornalistas que estão junto à pista, eu incluído. Tremi, estava habituado a vê-lo de outra forma. Foi a única vez, a partir daí o tremer foi outro. Tudo montado, 15 minutos antes do jogo lá entro em directo: 'Boa tarde, Oliveirense - Benfica é jogo grande desta jornada do Campeonato Nacional da 1. Divisão de Hóquei em Patins. Mário Aguero e Carlos Dantas, duas lendas do hóquei mundial, procura sucesso no banco esta tarde...'



O menino ganhava um sonho... Felizmente continuo a tremer sempre que vou entrar em directo... Gosto de ver e contar.

Saudações cubistas.

HF.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

O mundo é um lugar estranho...


Não acredito em coincidências, mas adoro vê-las a acontecer. Talvez por fazer despertar em mim a curiosidade de tentar perceber este fenómeno tão estranho que chama mundo e que me leva, quase sempre a concluir que... Não há coincidências, mas há coisas muito estranhas...

Escrevi o último post aqui no T2 na passada segunda-feira, numa breve retrospectiva lê-se que falava de futebol, rugby, África do Sul e Sprinboks... Tudo isto escrito durante a tarde... Há noite, já em pleno T2 físico, recebo, como habitualmente, a minha agenda para o dia seguinte. No cardápio uma conferência sobre liderança na Casa da Música. O tema aguça-me a curiosidade e daí a ver quem são os oradores é um ápice... Prendo-me na frase: "antigo capitão da selecção de rugby da África do Sul, François Pienaar'. O mesmo que horas antes tinha estado na minha cabeça e dado origem ao último post... O entusiasmo cresceu... A figura de Pienaar é imponente, a história arrepiante, tal como as coincidências que fazem do mundo um lugar estranhamente espectacular.

Ah, é verdade... Pienaar é de facto um líder. Durante uma hora percebi todo o sofrimento daquele homem durante 1994 e 1995, a responsabilidade de ser voz de um homem negro, para um mundo de brancos. Um homem tão grande que entre a grandeza, contou que em 2010, quando Queiroz lhe pediu para ir contar a experiência de vida dele à selecção portuguesa, que estava no Mundial da África do Sul, prestes a medir forças com a Espanha, apenas apontou como condição de presença poder levar os filhos, para que eles pudessem jogar Ténis de Mesa com o Ronaldo... Exigência aceite. Herói do país em 1995, herói dos filhos naquele momento... Palavra de Pienaar!

Até breve,

Saudações cubistas!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O Homem no seu habitat natural

Gosto de brincar, gosto de carros de corrida em miniatura, gosto da areia da praia, gosto de jogar futebol na praia, gosto de jogar futebol, gosto de ver crianças a jogar futebol... Gosto de ver os homens no seu habitat natural.

Algures no início do ano de 1996, a memória impossibilita-me recordar a data precisa e a vontade própria afasta-me de uma qualquer wikipedia, para trazer aqui no T2 o episódio que me fez gostar de ver o homem no seu habitat natural.

Phil Masinga e Mark Fish era opostos e estrelas de uma selecção que procurava repetir o êxito dos invictus Springboks de François Pienaar que no ano anterior não só uniram um país saído do apartheid, como venceram o mundial de rugby que a África do Sul organizou. Um ano depois, 1996, a ponta de África voltava a receber uma grande competição, desta vez no futebol. Os 'Bafana-Bafana' respiravam motivação e em boa verdade se diga até jogavam bom futebol... Masinga a marcar e o homem-peixe a eliminar os ataques, mas não foi isso que me fez gostar de ver de dois em dois anos a Taça das Nações Africanas... Foi sim, ver o homem no seu habitat natural.

Algures num jogo da competição, um jogador da África do Sul, a controlar a posse de bola pela zona intermédia do terreno resolve parar o desafio em questão de uma forma que nunca ninguém havia feito... colocou-se com os dois pés em cima da bola e começou a bater palmas e a pedir ao público para incentivar os 'Bafana-Bafana'... Resultado? O árbitro para o encontro, mostrou amarelo ao jogador em questão, a partida continuou e a África do Sul ganhou a sua última CAN...

Nunca mais perdi a atenção à prova de futebol que mais me fascina... A europa pode ter os executantes mais pragmáticas, as américas podem ter os mais fantasistas, mas os mais puros estão em África...

Podia recordar aqui muitos outros casos, mas fico-me por este e ficaria muito satisfeito se alguém me conseguisse dizer quem foi este jogador...

Ah, já este ano, logo no jogo inaugural da Nigéria, Vicent Enyeama, guarda-redes dos Super Águias brindou-nos com esta fabulosa pose...




Não há melhor...

Obrigado,

Continuem no T2!

HF